terça-feira, 20 de novembro de 2018

Líder batista pede que pastores parem de pedir dinheiro a fiéis endividados

A melhor opção seria que as igrejas ensinassem "educação financeira"

por Jarbas Aragão


O apresentador de rádio Dave Ramsey está pedindo aos pastores que parem de pedir às pessoas endividadas e desempregadas para darem o dízimo. O líder batista, que é consultor financeiro por formação disse à Baptist Press que eles deveriam usar os púlpitos das igrejas para ensinar “educação financeira”.
Embora Ramsey saiba que esse não é uma opinião “popular”, os pastores deveriam pregar mensagens como “Como vencer as dívidas” e “Como ser um bom mordomo do dinheiro”.
“Isso seriam bem melhor que dizer apenas ‘dê o dízimo’, avalia, observando que os fiéis que estão ‘no vermelho’ geralmente pensam ‘Esse é um ótimo conceito espiritual, preciso ser fiel’”.
Ao mesmo tempo que reconhece que o dízimo é um princípio bíblico, ser financeiramente responsável também é. “Muitos crentes parecem ansiosos para doar, mas algumas simplesmente não sabem lidar com seu dinheiro.”
O consultor financeiro acredita que os pastores deveriam fazer uma avaliação mais profunda de certas passagens. “Parem de pregar sobre o dízimo para as pessoas quebradas”, ele insistiu, “Vamos ensiná-los a lidar de forma responsável com seus orçamentos primeiro”.

Opinião dividida

Ramsey não está sozinho em sua tentativa de fazer com que as pessoas acabem dando mais do que podem na igreja e, assim, tornem-se ainda mais endividados.
O teólogo Thomas Schreiner, professor de interpretação do Novo Testamento do Southern Baptist Theological Seminary (EUA), escreveu um longo artigo sobre as nuances bíblicas sobre o dízimo.
“Os cristãos são instruídos a cuidarem dos pobres; não são ordenados a dar ‘o dízimo do pobre'”, argumentou, lembrando que a doação dos 10% do salário como nós o compreendemos hoje não é mencionado no Novo Testamento.
Schreiner também destaca que Jesus “usou o dízimo e os sacrifícios como ilustrações ao se dirigir aos seus contemporâneos”. Para o professor, “Ele cumpriu a lei, mas não podemos mais considerar o que o Antigo Testamento fala sobre oferecer sacrifícios ou mesmo achar que o dízimo substitui-os”.
Obviamente, muitos líderes discordam tanto de Ramsey quanto de Schreiner.
Chuck Bentley, presidente do Ministério Crown, que aborda a perspectiva bíblica das finanças, lembra que dízimo “não é um imposto ou um requisito legal para agradar a Deus, mas sim um ato voluntário de adoração”.
“É uma maneira tangível de expressar nosso amor a Deus”, argumentou. Segundo ele, mesmo em dificuldades, o princípio é dar primeiro, “mesmo que seja uma quantia muito pequena”.
Fonte: Gospel Prime

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