sábado, 29 de dezembro de 2018

Culto na Holanda já dura dois meses; Iniciativa quer impedir deportação de família



Uma igreja vem contando com a colaboração de outras congregações para realizar um culto que já dura dois meses. A iniciativa, que já é tratada como o mais longo culto já realizado, não tem intenção de bater recordes, mas de proteger uma família de membros de serem deportados.
O templo da Igreja Bethel é o palco dessa celebração sem precedentes, que conta com ministrações conduzidas também por sacerdotes da Igreja Protestante da Holanda e de outras denominações. O motivo é simples: como a lei impede que as autoridades interrompam o culto para deter a família Tamrazyan, que corre risco de deportação, o iniciado às 13h30 do dia 26 de outubro, culto não pode parar.
De acordo com o jornal The New York Times, a família ganhou o apoio da comunidade cristã e de seus pastores para evitar que seja deportada de volta para a Armênia, onde o patriarca sofre risco de morte por conta de seu ativismo político. Eles vivem na Holanda há nove anos, fugidos do país de origem, mas não se chegou a uma alternativa legal para que se garanta sua permanência, e seu pedido de asilo foi negado.
A imprensa de todo o mundo vem relatando o curioso caso do culto interminável, sempre pontuando que a estratégia adotada pela comunidade cristã na Holanda explora uma saída legal para proteger o pai, a mãe e os três filhos, de 14, 19 e 21 anos.
Um ponto ainda não esclarecido pelas pessoas que vêm dando suporte à família envolve as ameaças à família. Até hoje não se apontou quem seriam os envolvidos na suposta perseguição e quais são os posicionamentos políticos adotados pelo patriarca ao custo da própria vida.
Enquanto isso, a comunidade cristã se organizou com escala de horários a serem cumpridos, com muitas pessoas comparecendo em momentos alternados a fim de garantir que o culto continue ininterruptamente. “Existem mais de 450 pastores, sacerdotes, diáconos e líderes religiosos de todo o país, e de todas denominações, que pediram para fazer parte da escala de serviços religiosos”, contou o pastor da Bethel, Axel Wicke.
A estratégia da igreja recebeu, inclusive, apoio de cristãos de outros países. “Tivemos ajuda até do exterior, houve sermões em inglês, francês e alemão. Isso nos comoveu muito. Muitas vezes vejo um pastor entregar o púlpito a outro, de denominação diferente, com a qual o primeiro nada teria a ver em termos litúrgicos”, enfatizou.
Theo Hettema, presidente do Conselho Geral dos Ministros Protestantes, disse que a igreja queria criar um diálogo com o governo sobre o dilema desta família. “Fazemos o que sempre fazemos: um culto na igreja, mas depois continuamos — assim como a necessidade de ser apoiado é contínua. Fazemos isso para encorajar esta família a mostrar que estamos com eles como Igreja, que existe um Deus que não deixa ninguém desamparado”.

Fonte: Gospel Mais

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