sexta-feira, 30 de março de 2018

A sexta – feira santa é realmente santa?




Por Vinicius Freire

Após falarmos um pouco sobre a Páscoa, resolvemos abordar um assunto que é um pouco mais polêmico, pois envolve uma crença baseada na tradição de muitas famílias, que tem seus “rituais” de passagem durante a sexta- feira que antecede à Pascoa, dia que lembramos da crucificação e também da morte de Jesus Cristo.

Durante a sexta-feira conhecida como “sexta da paixão”, a maioria dos brasileiros geralmente evitam comer carne (exceto peixe) e também qualquer atividade física ou comercial, mas de onde vem essa tradição? Segundo o site Católicos na Bíblia essa é uma tradição que vem desde os primórdios do Cristianismo, ligada ela a prática do Jejum, prática que passou por muitas mudanças até ser estabelecida aos católicos pelo código de Direitos Canônicos e pelo novo Código de Direitos Canônicos de 1983, instituindo a prática da abstenção de qualquer tipo de carne (inclusive peixe) e também do Jejum para os dois dias que antecedem a Páscoa.

O que a bíblia fala sobre isso? A Bíblia NÃO determina nenhuma prática específica para esta época do ano nos evangelhos nem nas cartas apostólicas, nem no livro de Atos dos Apóstolos, portanto essa prática NÃO tem base bíblica, sendo totalmente baseada na tradição católica. Nós cristãos protestantes não somos adeptos desta prática, ou seja, consumimos carne nestes dias se for de nossa vontade, pois temos consciência que não cometemos pecado, uma vez que entendemos que o Jejum deve ser uma prática rotineira independente da Páscoa. Mas salientamos que quem não consome carne neste período também não comente nenhum pecado.

E sobre a sexta feira? Podemos entender que a “sexta da paixão” é um momento sim em que todos lembramos da morte de Jesus pela proximidade com a Páscoa, mas isso não a torna mais especial ou santa, é um dia como qualquer outro, mas que está enraizado em nossa cultura como tal. Esse período geralmente vem de um período de abstenção, reflexão, falamos em amor, fraternidade, etc, mas essas reflexões e tudo isso citado devem acontecer durante todo o ano, por isso não podemos considerar hoje um dia santo, mas sim buscar a comunhão com Deus e com o próximo e a santificação todos os dias, afinal aquEle que deu sua vida em nosso favor é Santo e se O buscarmos sempre seremos santificados nEle, perdoados, aprenderemos a viver em seus ensinamentos, enfim, passaremos a pensar e ver Jesus em nós como o apóstolo Paulo bem diz em suas cartas. Nossa critica não vem no sentido de escarnecer, ou insultar ninguém, mas sim, para nos fazer refletir e para que venhamos buscar a mudança, gestacionar Cristo em nós sempre, duarante todo o ano e todos os anos.


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