quinta-feira, 2 de maio de 2019

Igreja Luterana começa a ser reconstruída um ano após queda de edifício em SP

Prédio centenário foi atingido por queda de edifício em SP em 1º de maio de 2018


Igreja Luterana foi destruída após prédio desabar no Largo do Paissandu, em São Paulo. (Foto: Marivaldo Oliveira/Código19 /Agência O Globo)


Um ano após a queda do Edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de SP, a Igreja Evangélica Luterana começa a ser reconstruída. O prédio da igreja teve 80% de sua estrutura centenária comprometida por destroços do prédio vizinho que desabou na madrugada de 1º de maio de 2018.

O prédio que caiu era ocupado irregularmente por diversas famílias. Um curto-circuito em um dos andares do imóvel provocou o incêndio, que depois colocou os 24 andares no chão.

Sete moradores da ocupação morreram e outros dois continuam desaparecidos. Não houve vítimas na igreja, que estava fechada e sem fiéis no momento da tragédia. O casal de zeladores que cuidava do local escapou com vida ao fugir pelos escombros.

A previsão é que a obra seja concluída em um ano. Em entrevista ao G1, o pastor Frederico Ludwig disse que pretende entrar com uma ação judicial de indenização contra o governo federal, dono do prédio que caiu, para pedir ressarcimento do dinheiro que será gasto.

“Vamos pedir indenização do prejuízo que a gente teve”, revelou o pastor Ludwig.


Com o impacto da queda do prédio, o teto da igreja também desabou, caindo sobre o altar, atingindo e destruindo bancos usados pelos fiéis.

Um piano também foi danificado e um órgão de tubos alemão, avaliado em R$ 1 milhão e que estava no mezanino, teve pequenas avarias. Por segurança, o instrumento musical foi desmontado e só será devolvido ao local após conclusão da reconstrução.

“Havia periodicamente concertos, corais, concertos de órgão. Maiores organistas do mundo já estiveram aqui tocando”, lembra o pastor.

Igreja de 1908 é patrimônio histórico
Fundada em 1908 em estilo neogótico, a Igreja Luterana era considerada um bem cultural e arquitetônico de São Paulo, sendo tombada pelo patrimônio histórico estadual e municipal, segundo o pastor. Por esse motivo, precisou esperar a autorização dos órgãos competentes para poder começar a reforma.

A primeira etapa da obra consiste no reforço das fundações, reconstrução da parede lateral, do telhado e do forro, moldura dos vitrais e amarração do altar.


No altar está escrito com letra em estilo gótico em alemão, “Senhor, Tu tens sido nosso refúgio de geração em geração”. Segundo o pastor, essa mensagem, extraída do Salmo 90 versículo 20 da Bíblia, tem dado força aos 1.500 fiéis da sua comunidade.

Nas demais etapas estão previstas a revisão da estrutura da torre e a reconstrução dos vitrais, bancos, lustres e demais itens da igreja.
Culto em área improvisada

Enquanto a reconstrução da igreja não é finalizada, os cultos são realizados desde julho do ano passado nos fundos do terreno. Numa área coberta foi improvisado um altar, por exemplo.
Antes, a Arquidiocese e a Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo disponibilizaram seus templos para que os membros da Igreja Evangélica Luterana realizassem seus cultos.

Os fiéis assistem a tudo em cadeiras de plástico. “Mas não perderam a fé”, disse o pastor, que pretende realizar outro culto especial na manhã desta quarta-feira (1º), quando a tragédia completa um ano.

Fonte: guiame

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