segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

História da Igreja Ação Evangélica - ACEV


A Ação Evangélica (ACEV) foi fundada em 1938 pelo Pr. Eduardo Mundy e a sua esposa Dora que vieram da Inglaterra ao Brasil naquele ano.

O Pr. Eduardo nasceu no dia 19 de Julho de 1904 em Tytherly, no sul da Inglaterra. A sua família era grande, humilde e de classe operária. Quando Eduardo chegou à idade de trabalhar, ele começou trabalhando nas fazendas da região. Ele converteu-se ao evangelho de Jesus Cristo no dia 27 de Fevereiro de 1923, numa Igreja Metodista, quando uma pregadora chamada Greta estava visitando aquela zona rural. Ele ouviu a mensagem pela janela da Igreja e sentiu que a pregadora falava só para ele.
Em 1931, o irmão Eduardo sentiu o chamado de Deus para servir ao Senhor no Brasil, mas a sua esposa Dora não aceitava a idéia e esta disputa continuou entre os dois durante alguns anos. Entretanto, no inicio de 1938, Eduardo foi acidentado duas vezes num período de cinco semanas. Primeiro, foi com uma serra elétrica que cortou severamente os músculos de um braço, e depois ele quase morreu de uma queda de cavalo. Ele permaneceu inconsciente durante vários dias, e dentro desse período a sua esposa disse a Deus que se Ele restaurasse o seu esposo então ela aceitaria ser missionária ao lado dele no Brasil.
Assim foi que no dia 20 de Agosto de 1938, o casal Mundy partiu do porto de Southampton na Inglaterra (o mesmo porto de onde partiu o Titanic) no navio Almanzora às 11.00 horas da manhã. Chegando ao Brasil, eles permaneceram em Recife por um ano e três meses aprendendo a língua portuguesa e evangelizando na região. Depois disso, passaram um ano em Garanhuns. Durante este período, a Segunda Guerra Mundial começou. Isso complicou bastante a vida dos missionários por causa das dificuldades que surgiram em relação ao envio de sustento para eles da sua terra natal.
No inicio de 1940, os Mundys mudaram para Princesa Isabel para estabelecer a primeira sede da ACEV porque estes pioneiros tinham a visão de evangelizar os lugares mais difíceis do interior. O padre local anunciou que confiava na Virgem Santa que o evangelho nunca entraria em Princesa Isabel – mas entrou! O padre amaldiçoou o Pastor Eduardo e incentivou o povo a acabar com ele. Entretanto, um delegado crente que havia sido enviado à Princesa Isabel um mês antes, sob a providência divina, deu proteção policial aos missionários. Aos poucos houve algumas decisões mas a perseguição continuou muito forte.
No dia 2 de Janeiro de 1943 nasceu o primeiro filho dos Mundys, Geraldo, depois de 17 anos de casados. Entretanto, a felicidade durou pouco porque o menino morreu com disenteria aos 6 meses de idade. Em 17 de Agosto de 1944, o seu segundo filho, Graham, nasceu. Quando ele também adoeceu os seus pais o levaram para a Inglaterra. Chegaram lá em Janeiro de 1945 num período de intenso frio e guerra. Lá nasceu a primeira filha, Ruth. Pastor Eduardo, esposa e dois filhos voltaram ao Brasil por avião no dia 20 de Setembro de 1946. Um mês depois a sua filha morreu.
No ano seguinte, Pastor Eduardo Mundy começou a expandir o trabalho da ACEV para outras cidades, apesar da perseguição. Trabalhos foram iniciados em Patos, Teixeira, Serra Grande e Misericórdia (hoje Itaporanga) e em Junho de 1948 o Pastor Eduardo mudou a sede da Missão para Patos que tinha na época uma população de 12.176 habitantes.
1949 foi um ano que viu a chegada de reforços da Inglaterra para ajudar a Missão no Brasil. Em 27 de Janeiro, chegou o irmão Bernard Snelgrove e em abril chegaram os recém casados Frank e Ivy Dyer. Em julho de 1950 chegaram mais dois casais: Albert e Mary Peasley ; e Gordon e Jaqueline Emmens. Os Peasleys foram trabalhar em Conceição e os Emmens no Ceará.
Os Dyers viram a sua primeira filha, Elizabeth, nascer em Patos, antes de partir para morar em Princesa Isabel onde seu filho Samuel nasceu. Todos os missionários viajaram muito em cima de caminhões, animais e bicicletas. Numa carta de 1951, o Pastor Frank relata uma viagem evangelística de Princesa Isabel à Carnaúba de bicicleta que levou 5 horas e meia. Nem todos os reforços missionários ficaram muito tempo no Brasil. Até 1956, Bernard Snelgrove e os Emmens já tinham ido embora. Mas os outros permaneceram, apesar de muita oposição e ameaças, e o evangelho ia sendo espalhado para a glória de Deus.
À medida que o Evangelho ia sendo divulgado nos sertões nordestinos, pessoas iam se convertendo, embora que naquela época o avanço da igreja evangélica era muito difícil e lento. Entretanto, aos poucos, lideranças brasileiras iam surgindo para fortalecer o trabalho, que já tomava forma brasileira em toda a área de atuação da ACEV na Paraíba, Pernambuco e no Ceará. Destacavam-se os trabalhos de Evangelistas como Zacarias Salvador Pereira, José Paulino, Manoel Roberto das Chagas, José Pereira, Manoel Soares, José Soares, Manuel Lourenço, e Antônio Ferreira (Pirambeba), além do Diácono Vicente de Paula Conserva, Diácono Manoel Clementino, Presbítero Cesário de Paula Conserva e a Missionária Alexandrina Soares.
Se aproximando aos 20 anos de idade, a ACEV já contava com trabalhos em 3 estados nordestinos. Em Pernambuco, havia igrejas e congregações em Serra Talhada, Flores, São José do Egito, Tabira, e Jasmim. No Ceará, havia trabalhos na região de Juazeiro do Norte e na Paraíba em Princesa Isabel, Patos, Serra Grande, Tavares, Boqueirão dos Cochos, São José das Caianas, Manga dos Bois, Itaporanga e Conceição.
Em 1958, começou um terrível e intenso período de perseguição em Patos. Padre Dutra e Frei Damião eram figuras chaves na incitação à violência contra os evangélicos. Eram dias que exigiam muita coragem para ser crente, mas pela graça de Deus, o trabalho continuou firme. Todos os jornais, relatando os acontecimentos desta época de perseguição intensa, estão guardados nos arquivos da ACEV. A violência só diminuiu quando as autoridades britânicas tomaram conhecimento da violência através de um missionário canadense, Dionísio Pape, que passou por Patos. As autoridades Britânicas comunicaram-se com a Policia Federal Brasileira e tudo mudou. Assim o trabalho pôde voltar a crescer. Cartas de 1959 falam dos pastores Eduardo e Frank pregando em lugares como Tavares, Água Branca, Santa Terezinha, Imaculada e Juru. Em 1960, eles foram à Brasília, que estava em construção, para examinar a possibilidade de iniciar uma Igreja lá também.
Em 1961, os Missionários Peasley saíram da ACEV e a irmã Dora voltou à Inglaterra devido a sua má saúde. Em 1963, o Pastor Eduardo fez um resumo do trabalho da Ação Evangélica assim:
4 Templos; 
7 outros trabalhos firmes; 
2 escolas (uma em Patos e a outra em Serra Grande); 
Distribuição de comida fornecida pelas Nações Unidas. Ou seja, foram 25 anos de perseguição e trabalho árduo, plantando a semente da Palavra e do amor de Deus, para chegar a este ponto no ministério da ACEV. É importante entender que o crescimento da ACEV, como todo trabalho no sertão nordestino, não seguia uma linha reta de progresso constante. Havia várias situações em que igrejas foram estabelecidas, mas veio a seca e todos os membros foram embora, e a igreja ficou dizimada. Mas a ACEV persistia, numa época quando poucos se importavam com os sertões do nordeste, e hoje, apesar de ainda faltar muito trabalho e evangelização, o trabalho está dando fruto e crescendo de uma forma muito mais rápida.
Após a morte do Pastor Eduardo, num acidente de trânsito em Recife, no dia 3 de Março de 1971, o Pastor Frank Dyer assumiu a presidência da ACEV. Era um homem corajoso, com medalhas por bravura da 2ª guerra mundial, mas que trabalhava para o Senhor com calma e humildade e muita mansidão. Pastor Frank foi um homem exemplar de fé e fidelidade Cristã. Em 1972, veio o Pastor John Medcraft, a sua esposa Elizabeth, e filha Deborah ao Brasil, para reforçar a liderança da ACEV, e cooperar com o seu desenvolvimento. Quando o Pastor Frank faleceu no dia 8 de Novembro de 1987, o Pastor John assumiu a presidência da ACEV.

No ano seguinte, o Pastor John propôs à Convenção Nacional da ACEV um novo estatuto, mais participativo e democrático, com a diretoria sendo eleito de 4 em 4 anos, a assim a ACEV passou a crescer muito mais. Pois, em 1973 a ACEV havia sido formalmente registrada como entidade brasileira independente, mas o estatuto deixou muito a desejar. Hoje a ACEV continua sob a presidência do Pastor John Medcraft (agora naturalizado brasileiro), eleito nas Convenções da Missão, e um crescente número de pastores e missionárias (57 em 2006) trabalha de mãos dadas para a glória de Deus. A diretoria atual tem como vice-presidente o Pastor Wostenes Luiz Lúcio dos Santos (Campina Grande), o 1° secretário é Pastor Luiz Alberto Schoeps (Patos), o 2° Secretário é o Pastor Umbirajara Ozório da Silva (João Pessoa), e os outros membros são as Missionárias Elizabeth Louisa Medcraft (Patos) e Gleydice Belchior Bernardes dos Santos (Campina Grande), além do Pastor Manoel Jorge de Oliveira (Princesa Isabel). A tesoureira, que não faz parte da diretoria, é a contadora Genilva Rocha Gusmão (Campina Grande).
A ACEV hoje tem igrejas animadas e avivadas que são anti-legalistas, enfatizam a importância da exposição Bíblica, o louvor a Deus é atualizado e sem medo de ser brasileiro, e a ACEV pratica a implementação do Evangelho integral com um grande número de projetos de ação social. Em 1994, a ACEV foi reconhecida como utilidade pública municipal na sua cidade sede em Patos, e como utilidade pública estadual da Paraíba em 2004. A ACEV também faz parte das seguintes redes evangélicas nacionais: RENAS (Rede Evangélica Nacional de Ação Social), Mãos Dadas (trabalhando com crianças carentes e em situações de risco), e FALE (uma rede evangélica de defesa de direitos). A ACEV trabalha também em parceria com a EAB (a missão que fundou a ACEV) e Tear Fund (Reino Unido).
Fonte: Acev Brasil

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