segunda-feira, 12 de maio de 2014

Fotógrafo lança projeto com versão negra de profetas, reis e anjos

E se os personagens bíblicos fossem todos negros?
por Jarbas Aragão




Quase todas as representações dos personagens bíblicos ao longo da história mostra homens e mulheres da raça branca. Embora não se tenham relatos detalhados de como era a aparência dos profetas, reis e outras pessoas cuja história é contada na Bíblia, o mais provável é que eles tinham a cor de pele parda, típica do Oriente Médio.
Existem ainda menções claras a negros e sabe-se que parte da trajetória dos judeus e da vida de Cristo ocorreu na África.
O Fotógrafo James C. Lewis, do estúdio N3K Foto Studios, de Atlanta, decidiu provocar uma discussão, apresentando estas figuras conhecidas sob uma nova perspectiva. Sua mostra “Ícones da Bíblia” revela sua leitura de vários personagens famosos do Antigo e do Novo Testamento, incluindo o apóstolo Pedro, o profeta Elias, o rei Salomão e até anjo Gabriel.
A série apresenta 70 modelos, na sua maioria negros. “Eu acho muito importante a pessoa ver a si mesmo na Escritura para que ela possa se tornar real a seus olhos”, explicou Lewis, que é negro, ao The Huffington Post.
“As imagens clássicas da Bíblia sempre me incomodaram. No entanto, estou feliz por ter a oportunidade de apresentar um ponto de vista diferente”.
O artista explica que não pretende oferecer uma visão perfeita ao representar as figuras bíblicas sendo negras, mas quer provocar uma discussão sobre a natureza das imagens religiosas cristãs.
“Eu gostaria de dar mais cor às páginas bíblicas da história. Ao fazê-lo, espero abrir as mentes e os olhos dos ignorantes e criar conversas francas sobre como podemos aprender a ver o mundo através de lentes coloridas. Afinal, o Evangelho de Jesus Cristo é destinado a todos”.



Embora nas imagens divulgadas do projeto não há um Jesus negro, o assunto é debatido há décadas em alguns círculos teológico, sendo abundante o debate que a representação de Jesus como um homem branco (muitas vezes de olhos e cabelos claros) perpetua um viés racista da pregação durante o século 18 e 19, e que se perpetuou em adaptações para cinema e TV da história de Cristo.
Fonte: Gospel Prime

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