O que tenho visto na quarentena

Artigo de opinião sobre o envolvimento da Igreja com a política partidária

A RES É PÚBLICA, MAS A COSA É NOSTRA - Por Ed René Kvitz

O pastor da Igreja Batista da Água Branca, publicou em sua página no Facebook primeiro em 2012 e em 2014 em meio às eleições daquele ano, repostou o mesmo. Resolvi postá-lo, pois a meu ver, vivemos um momento igual ou ainda mais profundo no que tange a relação entre a igreja e o Estado. Boa Leitura

Prédio da Assembleia de Deus será hospital de campanhas

Unidade ficará responsável por atendimentos clínicos.

Igreja faz leitura completa da Bíblia em live com mais de 72 horas

Objetivo foi incentivar a leitura bíblica e levantar doações para pessoas necessitadas.

Portal Ubuntu Notícias lança vídeo com mensagens de conforto de líderes religiosos

Diante do atual problema da pandemia do Corona Vírus, a blogueira pediu a líderes religiosos de diferentes fés, que gravassem e enviassem uma pequena mensagem de esperança

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Pesquisadores encontram “textos invisíveis” nos Manuscritos do Mar Morto

Palavras podem estar relacionadas ao livro do profeta Ezequiel.

Fragmento do Manuscritos do Mar Morto (DQCAAS)
Pedaços ocultos de texto escritos em hebraico e aramaico foram revelados em quatro fragmentos de manuscritos do Mar Morto que há muito pensava-se estar em branco.
Os pedaços de pergaminho foram escavados por arqueólogos e doados a um pesquisador britânico na década de 1950, reforçando sua autenticidade no momento em que outros supostos fragmentos do documento provaram ser falsos.
Escondidos por membros de uma seita judaica há quase 2.000 anos, os Manuscritos do Mar Morto contêm alguns dos mais antigos fragmentos conhecidos da Bíblia Hebraica. Nas décadas de 1940 e 1950, os membros de uma tribo beduína e arqueólogos redescobriram esses textos nas cavernas áridas de Qumran, um local a cerca de 20 quilômetros a leste de Jerusalém, na Cisjordânia, com vista para o Mar Morto.
Alguns anos atrás, uma equipe de pesquisadores começou a estudar os artefatos achados cavernas que acabaram sendo dispersos para museus e coleções em todo o mundo.
“Nos primeiros dias da pesquisa, nos anos 50 e 60, as escavadeiras às vezes doavam muitos artefatos, geralmente cerâmica, a museus colaboradores como presentes”, explicou Dennis Mizzi, professor sênior de hebraico e judaísmo antigo da Universidade de Malta à revista Smithsonian.
Mizzi e seus colegas suspeitam que algumas evidências das cavernas tenham se perdido ou esquecido ao longo do caminho, à medida que esses objetos foram separados de seu contexto original.
Eles descobriram um papiro em decomposição que antes era considerado esterco de morcego na tampa de um vaso de Qumran, mas eles não pretendiam procurar textos perdidos.
No entanto, os pesquisadores revisitaram uma coleção de fragmentos supostamente em branco dos Manuscritos do Mar Morto que o governo jordaniano deu a um especialista da Universidade de Leeds, no Reino Unido, na década de 1950.
Como os fragmentos pareciam estar “em branco”, eram considerados inúteis para os estudiosos da Bíblia, mas perfeitos para testes de datação.
“Quando os fragmentos foram submetidos às análises, eles cortaram amostras muito finas (não maiores que alguns mm) dos fragmentos existentes. Em outras palavras, eles não enviaram fragmentos inteiros para essas análises”, acrescentou Mizzi.
Essa coleção foi doada à Universidade de Manchester em 1997 e permaneceu armazenada na Biblioteca John Rylands desde então.
Ao examinar um fragmento supostamente em branco dessa coleção, a pesquisadora Joan Taylor, do King’s College London, pensou ter visto vestígios de um lamed – a letra hebraica “L”.
Joan Taylor analisa fragmentos (DQCAAS)
Seguindo essa pista, 51 fragmentos aparentemente vazios com mais de 1 centímetro foram enviados para serem fotografados. A equipe da biblioteca usou imagens multiespectrais, uma técnica que captura diferentes comprimentos de onda do espectro eletromagnético, incluindo alguns invisíveis a olho nu. Taylor, Mizzi e seu terceiro colaborador, Marcello Fidanzio, da Faculdade de Teologia de Lugano, ficaram surpresos quando obtiveram os resultados e viram linhas de texto óbvias em quatro dos fragmentos.
“Há apenas alguns em cada fragmento, mas são como peças que faltam de um quebra-cabeça que você encontra debaixo de um sofá”, disse Taylor em comunicado anunciando a descoberta.
“Algumas palavras são facilmente reconhecíveis, como ‘Shabat'”, afirmou Mizzi. Essa palavra aparece em um fragmento com quatro linhas de texto e pode estar relacionada ao livro bíblico de Ezequiel.
Fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto (DQCAAS)
No entanto, ele e seus colegas estão apenas começando a interpretar os fragmentos, e ele diz que é muito cedo para especular sobre o significado deles.
A equipe deseja realizar mais testes para elucidar os aspectos físicos dos artefatos, incluindo a composição da tinta e a produção do pergaminho.
É raro que novos textos autênticos dos Manuscritos do Mar Morto apareçam. Felizmente, esses fragmentos têm uma história bem documentada. Os pesquisadores sabem que foram escavados na Caverna 4 em Qumran, onde a maioria dos documentos foi encontrada junto de milhares de fragmentos de cerca de 500 textos.
Fonte: Gospel Prime

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Banda Resgate lança música gravada durante pandemia

                  Banda Resgate
A banda Resgate lançou seu novo single “A dor”, na última sexta-feira (15) em todas as plataformas de streaming.
Os integrantes da banda gravaram a música cada um em suas casas. A canção também ganhou um clipe com uma produção bem especial.
“A dor” é uma canção composta por Zé Bruno em meio à pandemia. O single fala sobre como nos comportamos quando sentimos dor, e como reagimos quando ela se vai.
“A dor é professor” diz o refrão, um olhar sobre nossa humildade em reconhecer nossas limitações humanas, pois a dor faz isso, e nossa capacidade de mudar nossas perspectivas
quando ela se vai.
Cada integrante da banda Resgate gravou sua parte em sua própria casa, e contaram com Pedrinho Cardenas nos teclados e Little Will Blues na gaita. Além do clipe que foi captado e editado por Douglas Pimentel, ilustrado por Leonardo Asprino, e dirigido por eles e o Zé.

“É com esse sentimento que te convidamos a curtir essa canção e refletir junto com a gente”, afirma a banda.

Fonte: Folha Gospel

terça-feira, 19 de maio de 2020

Quem foi John Wesley e qual lição ele passou para os fiéis?

Explicação clara da perfeição cristã é uma obra clássica do cristianismo e essencial para compreender a teologia de John Wesley, fundador do metodismo.
John Wesley, nascido em 1703, foi um religioso anglicano e evangelista que fundou o movimento metodista. Por meio de mensagens de santidade e transformação pessoal, ele provocou profundas transformações sociais na Inglaterra do século XVIII que se espalharam por todos os continentes.
Considerado um dos maiores evangelistas da história da igreja, Wesley pregou até os últimos dias de vida, onde morreu em Londres, no dia 2 de março de 1791.
Pregando a fé, ele viveu quando o cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Dentre aqueles que não se conformavam com a “paralisia” da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley, primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo.
Ensinamentos do Pai do Metodismo
Ao entrar para a faculdade, John Wesley não se deixou influenciar pelo ceticismo cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou junto com outros poucos jovens, o chamado “Clube Santo“. Os adeptos dessa sociedade tinham a obrigação de dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as regras da Igreja Anglicana. Eram rígidos e regulares em suas expressões religiosas, bem como no exercício de ordem espiritual e no auxílio aos pobres, aos doentes e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais companheiros da universidade deram ao grupo de jovens o apelido de “Metodistas”.
“Em primeiro lugar, não só admitimos, mas sustentamos firmemente, que não existe perfeição nesta vida que implique qualquer dispensa de cumprir todas as ordens de Deus ou de fazer o bem a todas as pessoas enquanto vivermos, embora principalmente aos da família da fé” P. 47
E, para registrar todos os seus ensinamentos, John Wesley, também conhecido como o Pai do Metodismo, escreveu Explicação clara da perfeição cristã, uma obra clássica do cristianismo e essencial para compreender a teologia de Wesley, fundador do metodismo. Sua primeira edição data de 1766 e teve papel fundamental para deter a “controvérsia perfeccionista” que ameaçava a sobrevivência do avivamento metodista.
Essa edição especial, publicada pela Editora Mundo Cristão, proporciona ao leitor o texto integral de Wesley, além de dois célebres sermões sobre o tema da perfeição cristã. Destaca-se, ainda, uma introdução escrita detalhada de Paulo Ayres, profundo conhecedor do metodismo, que situa a obra no contexto da história do movimento e oferece detalhes importantes da vida de seu fundador.
Uma das lições oferecidas por ele para os fiéis, é: a igreja não muda o mundo quando gera pessoas convertidas, mas sim, quando gera discípulos. O conceito discipulado de Wesley renovou o ministério dos templos sagrados, preservou frutos do avivamento e foi o exercício prático de muitos princípios da reforma.
Ficha Técnica
Título: 
Explicação clara da perfeição cristã
Autor: John Wesley
Código: 11414
Código de barras: 9788543305042 
Páginas: 192
Formato: 14 X 21
Categoria: Espiritualidade
Preço: R$ 39,90
Onde comprar: Amazon
Catálogo da Editora Mundo Cristão
Fonte: Folha Gospel

Igreja Presbiteriana abriga moradores de rua durante pandemia

Homens e mulheres poderão pernoitar no local, receberão café da manhã, almoço, jantar e cuidados com a higiene.

Moradores de rua abrigados em templo presbiteriano (Divulgação)
                                     
A Igreja Presbiteriana de Americana, São Paulo, decidiu ceder parte do seu espaço físico para abrigar moradores de rua durante a pandemia do novo coronavírus, Covid-19, através da Associação Vinde à Luz, em parceria com a Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano.
Segundo o pastor Jabis Ipólito de Campos Júnior, como a igreja possui salão social, salas para atividades da escola bíblica, banheiro com chuveiros e cozinha, este espaço está sendo disponibilizado para atender em torno de 100 homens e mulheres.
Nilza Tavoloni, coordenadora de equipe da Associação Vinde à Luz, explicou como vai funcionar os trabalhos de acolhimento, sendo que a associação também será responsável pelo cuidado com os abrigados, que poderão pernoitar, receberão café da manhã, almoço, jantar e utilização do espaço para higiene pessoal.
“Cuidar, acolher e manter acolhidos 80 a 100 pessoas nessa condição, sem ocupação, sem poder sair, é muito difícil. O propósito não é um ajuntamento de pessoas, é um acolhimento, onde se sintam bem, respeitados, acolhidos, possam passar com qualidade de vida esse período e depois darem novos destinos às suas vidas”, explicou a coordenadora ao O Liberal.
A parceria aconteceu a partir da ação da Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano da cidade, que buscava um abrigo provisório para até 100 moradores de rua, a fim de evitar a transmissão pelo Covid-19 entre aqueles que estavam desamparados.
Para a manutenção do trabalho e provisão para os acolhidos, a igreja receberá doações por parte da população, como alimentos, materiais de limpeza, materiais de higiene pessoal, álcool em gel, camas de solteiro, colchões, lençóis de solteiro, toalhas e roupas masculinas.
Fonte: Gospel Prime

domingo, 17 de maio de 2020

Igreja Evangélica de Altaneira realiza culto por videoconferência




A Igreja Apostólica Liberdade Cristã de Altaneira, realizou na noite de ontem (17/05) um culto por meio de videoconferência. O uso da tecnologia foi a maneira encontrada pelos membros da referida Igreja para voltar a ter interação entre seus membros. Assim como as demais denominações religiosas, a Igreja foi mais uma que teve seus cultos suspensos devido a pandemia do Corona Vírus, o último culto, havia sido realizado no dia 17 de Março, de lá pra cá a interação dos membros se deu basicamente por mensagens pelo aplicativo Whatsapp, no qual o pastor Joel Gonçalves compartilhava alguns vídeos com ministrações.

Na última semana, um dos obreiros da Igreja, compartilhou a ideia de realizar cultos por meio de videoconferência, o que agradou aos membros, o culto foi realizado pelo app MEET da google contou com a participação de 11 (onze) pessoas e teve uma média de 50 minutos de duração, divididos entre orações, louvores e ministração da palavra.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ed René Kivitz: A fé não imuniza

Os líderes evangélicos precisam assimilar a importância da ciência: já se foi o tempo                                em que ela rivalizava com a religião



Sobram profetas anunciando que o coronavírus é uma praga apocalíptica e a Covid-19, um juízo de Deus contra a maneira irresponsável e predatória como a humanidade vive no universo. Há também quem pregou que um grande jejum comunitário e compartilhado nas redes sociais pudesse ser o remédio contra o problema. Antes de entrar nos pormenores de cada questão, é preciso entender historicamente a longa e complicada relação da religião com a ciência. Associar os fenômenos sociais e naturais a causas espirituais e sobrenaturais é próprio de todo sistema religioso. É importante ressaltar que a religião encara o mundo como um mistério que exige explicação e sabe que não é a ciência que pode revelar o que está oculto por trás do aparente. Essa compreensão da religião, entretanto, abre um fosso de distanciamento que coloca a fé e as crenças de um lado e a razão e a ciência no extremo oposto. Um abismo perigoso e que não precisa ser tão profundo.
Em sua obra As Formas Elementares da Vida Religiosa, o sociólogo francês Émile Durkheim esclarece que a religião se ocupa da “ordem de coisas que ultrapassa o alcance de nosso entendimento, o sobrenatural, o mundo do mistério, do incompreensível. A religião seria, portanto, uma espécie de especulação sobre tudo o que escapa à ciência e, de maneira mais geral, ao pensamento claro”.
Explicar a ordem do universo natural a partir dos mistérios da sobrenaturalidade pode fazer alguma diferença em contexto de baixo desenvolvimento científico. Houve um tempo no qual as rupturas da ordem natural — períodos de seca quando se esperava chuva ou chuvas torrenciais fora do padrão, colheita escassa frustrando a expectativa de fartura, ou ter de lidar com pragas e pestes que destruíam os campos e as sociedades — podiam ser explicadas como ação dos deuses, ou mesmo de Deus, descarregando sua ira sobre o mundo. A mentalidade religiosa perdeu lugar à medida que o conhecimento científico foi domesticando a natureza. Para uma boa safra é melhor se fiar na tecnologia agrícola que no humor dos deuses. Contra pestes e pragas, Albert Sabin (que desenvolveu a vacina contra a poliomielite) e Alexander Fleming (descobridor da penicilina) ajudaram mais que rezas e quebrantos.
A noção de que a religião trata do que escapa à lógica racional e científica e explica aquilo de que a inteligência humana não dá conta sugere outro abismo perigoso — aquele que separa o racional do irracional. O passo seguinte é a condenação da religião como superstição de gente ignorante. Em termos simples, quanto mais ciência, menos religião; quanto mais esclarecimento, menos necessidade de fé; quanto mais iluminado ou ilustrado o mundo, menos supersticioso ele é, em tese.
Os profetas contemporâneos e os pastores que insistem em negar a voz da ciência em nome da fé prestam, portanto, grande desserviço à sua crença. Comprometidas em resguardar o papel da religião num mundo que o teórico social Max Weber chamou de desencantado, onde Deus é tido como hipótese desnecessária, as lideranças religiosas que pretendem combater o vírus com vigílias, orações e jejuns conseguem apenas reforçar a noção secular de que a experiência religiosa é mesmo para incultos e fanáticos.
“A necropolítica encontra em líderes religiosos de caráter duvidoso, ou mal esclarecidos, sua face mais nefasta”
Pastores que, apesar de todas as recomendações e orientações das autoridades competentes, insistem em manter seus templos abertos e dar continuidade a seus eventos e cultos expressam não apenas ignorância, como também atuam de maneira irresponsável e cruel, expondo seus fiéis e a própria sociedade à disseminação de um vírus que já se provou letal. A necropolítica encontra em líderes religiosos de caráter duvidoso, ou mal esclarecidos, sua face mais nefasta, pois é promovida em nome de Deus, em franca oposição às palavras de Jesus, que dizia: “Eu vim para que tenham vida”.
Paralelo parecido pode ser feito quando o assunto é a convocação para um jejum nacional no Brasil, ideia admirada por uns, rechaçada por tantos outros. Aos que desconhecem o hábito, tal convocação encontra contexto na Israel bíblica, quando um rei, que governava em um Estado teocrático e sob a autoridade religiosa dos sacerdotes, usava o período de abstinência de alimentos e de sacrifícios para apresentar a Deus seu arrependimento, livrando o povo, assim, de seu juízo. Falta a muitos religiosos, porém, um olhar atual sobre hábitos específicos do período registrado no Antigo Testamento da Bíblia. O Brasil não é um Estado teocrático, é um Estado democrático de direito. O Brasil não tem rei sob autoridade religiosa, mas um presidente eleito democraticamente, que governa sob a autoridade do pacto social expresso na Constituição. Como já dito, o flagelo que abate o Brasil e o mundo não é juízo de Deus contra a idolatria de seu povo. No Novo Testamento, o hábito do jejum foi ressignificado por Jesus como um ato de devoção íntima e pessoal, praticado no anonimato, e não com publicações nas redes sociais. Como diz o texto bíblico, o Pai (Deus), ao ver a oração íntima, recompensa aos seus — enquanto quem se vangloria de sua religiosidade busca somente o aplauso de homens. Reforço aqui: o caminho para a superação da pandemia passa pela submissão à autoridade da ciência e pelo rigor na observação das orientações e recomendações dos profissionais da saúde.
A cisão entre fé e ciência reflete mais ignorância que piedade. Atender às recomendações das autoridades governamentais, notadamente aquelas orientadas pelos profissionais da saúde, os especialistas e infectologistas, é uma expressão de sensatez e também uma forma de honrar a Deus. Pois, como bem disse Louis Pasteur, “um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima”.
A religião não rivaliza com a ciência: assim como a fé não imuniza, também não existe vacina contra o preconceito, o egoísmo e a crueldade. Se é verdade, e assim creio, que o coronavírus deve ser enfrentado com boa medicina, e a superação da Covid-19 será inclusive uma conquista da ciência, também é verdadeiro que os suplementos de empatia, solidariedade, compaixão e misericórdia, necessários e heroicamente demonstrados por todos aqueles que se expõem ao risco para prover cuidado aos enfermos e vulneráveis, são qualidades que se encontram no coração dos que creem (ou intuem) que a vida descansa nos mistérios e virtudes do espírito humano e do Espírito divino. Assim é a fé saudável: não se fabrica em laboratórios nem se compra em farmácias.
* Ed René Kivitz, teólogo, é mestre em ciências da religião e pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo
Publicado em VEJA de 15 de abril de 2020, edição nº 2682

terça-feira, 12 de maio de 2020

A RES É PÚBLICA, MAS A COSA É NOSTRA - Por Ed René Kvitz


O pastor da Igreja Batista da Água Branca, publicou em sua página no Facebook primeiro em 2012 e em 2014 em meio às eleições daquele ano, repostou o mesmo. Resolvi postá-lo, pois a meu ver, vivemos um momento igual ou ainda mais profundo no que tange a relação entre a igreja e o Estado. Boa Leitura:

 Ed René Kivitz, teólogo, é mestre em ciências da religião e pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo

A mistura entre religião e política é nitroglicerina pura. Quem mexe na coisa com displicência ou de maneira inadequada corre riscos de ver a mistura explodir causando danos não raras vezes irreparáveis. Essa nitroglicerina entrou de vez, e pela porta dos fundos, diga-se de passagem, no atual cenário eleitoral. Os apoios dos religiosos aos candidatos nas próximas eleições ocupam as páginas dos jornais e as mídias virtuais. Estão presentes também nos púlpitos das igrejas, notadamente aquelas caracterizadas por lideranças de pendor autoritário – não admitem questionamento e muito menos contestação – no modelo clericalista tipo “a igreja é minha”. Pastores, bispos e apóstolos “abençoam” publicamente seus respectivos candidatos, com direito a orações, discursos e defesas em nome da fé e de Deus. As fronteiras entre templos e praças públicas, púlpitos e palanques, fiéis e eleitorado, guias espirituais e cabos eleitorais foram absolutamente devassadas. As comunidades de fé são transformadas em currais eleitorais e o antigo “voto de cabresto” foi substituído por algo mais sofisticado, o “voto de cajado”, numa referência ao abuso da autoridade pastoral sobre seus rebanhos.
Não faltam vozes condenando tais alianças entre igrejas e candidatos e partidos políticos. Mas, por que razão a prática é considerada inadmissível? O que existe de errado em uma igreja apoiar a eleição de um candidato com quem poderá contar caso ele seja realmente eleito? Por que razão o chamado “voto de cajado”, em que as lideranças religiosas manipulam seus rebanhos para a adesão massiva a um candidato é considerada inaceitável? Não basta dizer que “isso não é ético”. É preciso explicar porque.
O voto é um direito e uma responsabilidade do cidadão. Sindicatos, agremiações culturais, ONGs, clubes esportivos, associações da sociedade civil e empresas – embora se organizem para apoiar seus representantes – não votam. Igrejas também não votam. Não existe “voto coletivo”. Quem vota é o cidadão. “Os deveres cívicos não devem ser encarados como propriedade privada, mas como uma responsabilidade pública”. Esta é a opinião de Michael Sandel, autor do best seller Justiça, baseado em curso homônimo que atualmente ocupa a lista dos mais populares da Universidade de Harvard. “Terceirizar os deveres cívicos significa aviltá-los e tratá-los da maneira errada”, conclui. A noção de deveres cívicos como responsabilidade pública, defendida por Sandel, afeta o conceito de democracia republicana, que pode ser compreendida pelo menos de duas maneiras. A primeira é derivada do próprio entendimento da expressão: república, res pública, significa “a coisa pública”. A democracia, por sua vez, pode ser compreendida, mesmo com o risco do simplismo, o poder que emana do povo, é exercido pelo povo, para o bem do povo. Em síntese, democracia republicana é o exercício de administrar a coisa pública de modo a atender os interesses coletivos.
A segunda maneira de compreender a democracia está voltada para tensão das forças entre os diferentes grupos representativos da sociedade. Todos os segmentos da sociedade têm direito e liberdade de associação, expressão e mobilização para a busca dos seus próprios interesses. Em termos mais simples ainda, cada um puxa a brasa para a sua sardinha, e assim a brasa fica espalhada e igualmente dividida para todas as sardinhas. Na prática, isso é cruel. Primeiro, porque quem não se expressa, não se associa e não se mobiliza, acaba ficando sem brasa para a sua sardinha. Mas também e principalmente porque aqueles que têm mais condições de expressão, associação e mobilização ficam com porções significativas de brasa em suas sardinhas. Quem controla os poderes econômicos, políticos e de comunicação de massa leva vantagem. Em outras palavras, como todos sabemos, sobra para os pobres, que, aliás, nem mesmo sardinhas têm.
O melhor exercício da democracia é mesmo aquele em que cada cidadão está imbuído da busca dos interesses coletivos, independentemente de seus próprios interesses ou de seus grupos respectivos. Em termos ideais, os detentores do poder – em todas as instâncias – deveriam exercê-lo para o bem comum e a promoção da justiça na sociedade. Se a res é pública, todos os cidadãos deveriam dela se beneficiar. A expressão, associação e mobilização na defesa dos interesses particulares de pessoas ou grupos é uma traição aos ideais da democracia republicana. Quando a igreja se associa e se mobiliza ao redor de candidatos que atendem aos seus interesses, está fazendo o jogo totalitário: governar do meu jeito, de acordo com os meus interesses, aos quais todos devem se ajustar, sob pena de serem banidos do jogo.
O cristão, é, sim, chamado a viver dia a dia a prática de uma fé, que, por se manifestar sempre a favor da justiça, invariavelmente trará, como resultado de sua ação transformadora, conseqüências políticas. Respeitando as individualidades e rechaçando veementemente os maniqueísmos e as manipulações, a igreja é lugar privilegiado para a promoção de uma nova consciência. Boa parte dos movimentos de transformação social surgiu de profundos compromissos espirituais e motivações religiosas. Desmond Tutu ensinou que “não há nada mais político do que dizer que religião e política não se misturam”. Quem se omite do processo político favorece o status quo e fica refém do poder dominante. Vale a reflexão. Até porque cristãos jamais deveriam se esquecer de que inegavelmente são também seguidores de um prisioneiro político.
Quando a igreja extrapola seu papel social e assume a disposição de “voto coletivo”, rouba do cidadão sua prerrogativa de liberdade de consciência e opção ideológica e político partidária, bem como seu direito inalienável de votar livremente. Nenhum apoio institucional é vazio de interesses particulares. A igreja que apóia um candidato está explicitando sua expectativa de retribuição e recompensa. Em outras palavras, está colocando à venda aquilo que deveria estar fora da lógica de mercado, a saber, o voto e o mandato público. Essa perversão da democracia representativa, no entanto, é mais antiga que a Grécia. Todos os poderosos a praticam. Vergonhosa e infelizmente, não faltam líderes religiosos que participam do jogo com os mesmos critérios de injustiça e espírito totalitário dos outros atores, comprometidos apenas consigo mesmos e os grupos que sustentam seus privilégios. A comunidade da fé que deveria exercer na sociedade um papel profético e diaconal acaba sendo levada por lideranças pseudo espirituais, que abusam de sua autoridade, se vendem por trinta moedas, e vendem o justo por preço menor do que o dos passarinhos, como já acusou o profeta hebreu. Para esses líderes oportunistas e inescrupulosos, a res é pública, mas a cosa é nostra – com todas as implicações do trocadilho.
[Publicado originalmente em 2012]

sexta-feira, 8 de maio de 2020

O que tenho visto na quarentena


Por Vinicius Freire

Vivemos nestes últimos meses, um tempo atípico para nossas vidas, segundo a história, apenas nas primeiras décadas do Século XX, mais precisamente nos anos de 1918 a 1920 a chamada gripe espanhola foi a última grande pandemia vivida pela humanidade, e foi tão perigosa como essa pela qual temos passado. Hoje estamos em um momento da história no qual possuímos muita tecnologia de informação, internet, computadores, smartphones fazem parte do nosso cotidiano, mas como estamos em meio a um isolamento social, isso potencializa ainda mais o tempo que já passávamos imersos na internet e nas redes sociais.

Dessa forma, pessoas que não eram tão ativas nas redes têm se tornado e aqueles que já o eram estão mais ainda. Vemos postagens de todo o tipo, especialmente sobre política. A intenção desse texto não é criticar tais posts, pois a política faz parte da vivencia na pólis, na sociedade, cada um de nós podemos e devemos exercer nosso direito a voz, afinal (ainda) vivemos em uma democracia.
Mas uma coisa que sempre me incomodou como cristão foi a relação da Igreja com a política, mais grave ainda considero a relação da Igreja com a política partidária. Entendam, não sou contrário a participação do cidadão cristão, evangélico de exercer seu direito ao voto, a participar como candidato a uma eleição, isso faz parte do exercício democrático, mas sim, do uso da instituição religiosa para se conseguir votos, ou da ideia de que a Igreja precisa governar nesta terra, uma vez que o próprio Cristo afirma que o seu “Reino não é desse mundo” ( João 18: 36 ).

Assim, o que mais tenho visto nessa quarentena, sobretudo nas redes sociais, são cristãos inclusive a grande maioria pastores, que em vez de espalhar uma mensagem de esperança ou conforto neste momento, tem se ocupado de defender o atual presidente e atacar qualquer grupo, pessoa ou partido que critique o mesmo. Boa parte da Igreja tem colocado suas esperanças em um Messias que não é aquele que morreu na cruz por nós, tem se entregado a um projeto de poder cegamente sem ao menos tentar fazer uma análise crítica dos fatos. Em meio a isso está engendrado nessa lógica, uma teologia que tem ganhado cada vez mais força no meio evangélico, a teologia do domínio. Essa teologia traz a lógica que a igreja tem que dominar todos os lugares (setores) para que o Reino de Deus se manifeste, mas na prática, é uma forma de alguns líderes religiosos conseguir manobrar seus membros para alcançar seus objetivos, o que me parece mais farisaico do que cristão, não se pode forçar um povo ou população a agir como cristão, a crer como cristão, a pensar como cristão isso é antibíblico “não por força, nem por violência, mas por meu Espírito” (Zacarias 4:6).

Portanto, em tempos de pandemia, a sociedade precisa de uma Igreja que pregue, que fale de Jesus, uma Igreja que ame, como tenho visto em alguns casos, uma Igreja que ajude aos necessitados, que entenda e colabore com as orientações dos especialistas, para que o Brasil saia dessa luta com as menores sequelas possíveis, uma Igreja que não se cale diante das injustiças praticadas sobretudo contra os mais pobres, uma Igreja de fato Cristã.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Prédio da Assembleia de Deus será hospital de campanha


Unidade ficará responsável por atendimentos clínicos.




O Centro de Convenções da Assembleia de Deus em Belém, no Pará, vai abrigar um Hospital de Campanha para atender casos de Covid-19.
A novidade foi anunciada neste sábado (2) pelo governador do estado, Helder Barbalho (MDB).
A nova unidade será apenas para casos clínicos, enquanto que a unidade de atendimento do Hangar ficará com os casos de tratamento intensivo (UTI).
Devido ao crescimento no número de casos do Covid-19, resultando no aumento de 222% nos óbitos em uma semana, a Secretaria de Saúde do Pará tem buscado tomar medidas para garantir o atendimento.
Na unidade do Hangar, segundo informa o G1, o Hospital de Campanha da capital já atendeu 557 pacientes, 214 deles receberam alta.
Fonte: Gospel Prime

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