quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Pesquisador comprova que hebraico é o alfabeto mais antigo do mundo

Relatos traduzidos agora mencionam figuras bíblicas
por Jarbas Aragão

Hebraico é o alfabeto mais antigo do mundo

O alfabeto mais antigo do mundo, inscrito em tábuas de pedra em vários locais egípcios, era uma forma primitiva de hebraico, conclui um novo estudo publicado na revista científica ScienceNews.
O material foi divulgado pelo arqueólogo e especialista em epigrafes Douglas Petrovich, da Universidade Wilfrid Laurier, no Canadá. Israelitas que viviam no Egito transformaram os hieróglifos daquela civilização em um proto-hebraico mais de 3.800 anos atrás. Isso reforça as narrativas do Antigo Testamento que descrevem os judeus vivendo no Egito naquela época.
Os hebreus procuravam uma maneira de se comunicar por escrito com outros judeus egípcios. Para isso, simplificaram o complexo sistema de escrita hieroglífica dos faraós, estabelecendo as 22 letras que formariam um alfabeto. Essa é a tese de Petrovich, apresentada semana passada e que fazem parte do livro The World’s Oldest Alphabet [O Alfabeto Mais Antigo do Mundo], que detalha seus achados.

“Há uma conexão entre os textos egípcios e os alfabetos mais antigos preservados”, disse Petrovich. As origens da escrita em diferentes partes do mundo – incluindo a do alfabeto esculpido nas lajes egípcias – têm gerado debates há muito tempo.

Um estudioso alemão havia identificado semelhanças do hebraico com a antiga escrita egípcia na década de 1920. Mas ele não conseguiu identificar muitas letras desse alfabeto, levando a traduções implausíveis, que foram rejeitadas pelos especialistas.
Petrovich diz que sua grande chance veio em janeiro de 2012. Enquanto realizava pesquisas no Museu Egípcio no Cairo, ele encontrou a palavra “Hebreus” em um texto de 1874 a. C. O material incluía a letra alfabética mais antiga conhecida. De acordo com o Antigo Testamento, os israelitas passaram 434 anos no Egito, entre 1876 e 1442 a. C.
Na comunidade científica em geral há uma resistência em se admitir os textos das Escrituras como fatuais. A maioria dos estudiosos afirma que as datas bíblicas da permanência dos israelitas no Egito “não são confiáveis”.

Inscrições em uma antiga laje de pedra (à esquerda) foram identificadas como hebraico e traduzidas. Um desenho das inscrições na laje (à direita) mostra as letras hebraicas antigas ao lado das correspondentes letras hebraicas modernas (verde).
O texto diz “O que foi elevado está cansado de esquecer”. Na parte superior lê-se “O superintendente de minerais, Ahisemach”.

Figuras bíblicas

Douglas Petrovich usou as combinações de letras ou identificações anteriores do alfabeto antigo e as comparou com suas próprias identificações de letras que constituiriam o proto-hebraico. Armado com esse alfabeto incipiente, ele traduziu 18 inscrições de três locais diferentes no Egito.
Não por acaso, o nome de várias figuras bíblicas apareceram nas inscrições traduzidas: Yossef [José], que se tornaria uma poderosa figura política no Egito;  Asenath [Azenate], a esposa de José e o seu filho Manasseh [Manasses], que daria origem a uma das tribos de Israel. Moshe [Moisés], que levou os israelitas para fora do Egito, também é mencionado, diz Petrovich.
Outra inscrição, datada de 1834 a. C. diz “O vinho é mais abundante do que a luz do dia, do que o padeiro, do que um nobre.” Esta declaração provavelmente significava que, naquela época ou pouco antes, a bebida era abundante.
Petrovich lembra que a data coincidiria com o período que a família de José decidiu ir para o Egito, pois lá havia fartura enquanto se passava fome em Israel.
Fonte: Gospel Prime

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