Imagem da suposta face de Jesus no Santo Sudário |
Um estudo realizado por dois italianos especialistas em medicina forense chegou à conclusão de que ao menos a metade das manchas do Santo Sudário, tecido que segundo a tradição católica foi usado para envolver o corpo de Jesus Cristo, são falsas.
O estudo, publicado no Journal of Forensic Sciences, foi feito por Matteo Borrini, da Liverpool John Moores University, e por Luigi Garlaschelli, do Comitê para o Controle das Afirmações sobre as Pseudociências (CICAP), e divulgado nesta terça-feira (17) pelo jornal italiano “La Stampa”.
“Existem muitas contradições que indicam que o Santo Sudário não é autêntico, e que se trata de uma representação artística ou didática da paixão de Cristo feita no século XIV”, concluíram os pesquisadores.
Garlaschelli emprestou o próprio corpo para fazer o experimento, no qual usou sangue verdadeiro e artificial.
Os estudiosos se basearam na mesma metodologia usada para cenas de crimes e determinaram que muitas manchas de sangue não são compatíveis com a posição de uma pessoa crucificada.
“Simulamos a crucificação com cruzes de diferentes formas, de diversos tipos de madeira e com diferentes posições do corpo: braços na horizontal, vertical, sobre a cabeça”, contaram os especialistas.
A famosa relíquia, que fica em Turim (norte da Itália), é um tecido de 436 centímetros de comprimento por 110 de largura, e representa um homem que foi crucificado com pregos nas mãos e nos pés.
O pano, que de acordo com explicações científicas seria “falso”, foi fotografado em 1898 pela primeira vez, e a imagem do sudário coincidiu com um “negativo perfeito”, o que foi visto como um “milagre”.
Desde então, a relíquia desperta todo o tipo de debate, tanto científico como teológico, pelo qual a Igreja Católica não manifestou oficialmente sua aceitação ou recusa, considerando que se trata de uma manifestação de devoção popular.
Santo Sudário |
Em 1988, três laboratórios de Estados Unidos, Suíça e Inglaterra estabeleceram que o linho foi fabricado na Idade Média, entre 1260 e 1390.
Borrini e Galarchelli consideram que o sangue acumulado abaixo da cintura não se justifica com a posição, nem o que se encontra entre os rins, embora tenham detalhado que não analisaram a substância que formou as manchas.
“Parecem criadas de forma artificial, com um dedo ou um pincel”, destacaram.
Fonte: AFP via UOL
Retirado do Site Folha Gospel
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