quarta-feira, 29 de junho de 2016

Ex-morador de rua entrega 1,5 mil marmitas no RS

Eduardo foi resgatado das ruas por uma igreja que entrega alimentos



Em Porto Alegre (RS) um ex-morador de rua tem oferecido alimentos diariamente para pessoas que continuam morando nas ruas da cidade.

Eduardo Flores, 30 anos, foi morar nas ruas após se viciar no crack. O vício fez perder a família, sua mulher e uma filha que hoje tem 9 anos.
Há dois anos e nove meses, Eduardo aceitou o convite dos membros de uma igreja que entregava sopas na rua onde ele morava e decidiu mudar de vida.
Ele ficou nove meses dormindo no salão da igreja, período em que lutava para contra o vício das drogas. “A abstinência não era maior do que a alegria que eu estava de ter um teto para morar. Eu chorava de alegria ao tomar um café, ao comer um prato de comida”, contou ele para a RBS.
Depois ele conseguiu um quarto nos fundos de uma oficina e foi morar lá provisoriamente. Eduardo levou seu colchão, seu único pertence, para essa casa e aproveitou a oportunidade para recomeçar.
Doações de móveis e roupas fizeram a diferença na vida do jovem, que hoje paga aluguel neste quarto e é nesse mesmo local que ele formou uma família, casado com Natasha Maciel Flores, 24 anos, o casal espera uma menina que deve nascer em setembro.
Mudar de vida foi algo precioso na vida de Eduardo, mas ele faz questão de atender aos moradores de rua, oferecendo alimento e atenção.
G1 o acompanhou em uma noite, entregando comida para moradores de rua. Um dos moradores que recebeu o alimento afirmou que vê em Eduardo uma esperança.
“A gente vê nele mais que um cara que traz a comida, a gente tem nele um amigo, a gente pode contar com ele”, disse Leandro Medeiros, que tem morado nas ruas da capital do Rio Grande do Sul.
Ao prestar esse trabalho, Eduardo passa sua experiência de vida e mostra uma saída para tantas pessoas. “A visão que eles têm é de alguém que se recuperou, e isso enche eles de esperança”, revela.
Para quem já comeu comida do lixo, hoje Eduardo coordena os trabalhos de distribuição de 1,5 mil marmitas por mês. Os alimentos são cozidos em uma cozinha industrial com macarrão, arroz e carne que chegam de doações.
Além do Centro de Porto Alegre, a distribuição de marmitas também acontece em comunidades como Beco X, Beco do Buda, Timbaúva e Otávio de Souza.
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